Olhando para bexigas
Já observou uma criança brincando com uma bexiga (ou balão)?! Sem aquele fiozinho pra segurar. Só a criança e a bexiga. Toda a concentração dela está na bexiga. Ainda que alguém chame sua atenção, e em alguns casos ela irá até responder, seus olhos permanecerão na bexiga. Presenciei inúmeras vezes esta cena. Tenho o privilégio de ter várias crianças ao meu redor. Quando percebo que a criança está tão envolvida com a bexiga que não perceberá a escada que está próxima ou algum solo escorregadio, vou até ela e tiro a bexiga. Assim também acontece em nosso relacionamento com Deus. Já ouvi diversas pessoas (e também já me questionei nesse sentido) dizerem que não entendem porque Deus deu isso ou aquilo e depois tirou. Seja relacionamento, ministério, ou o que mais você queira colocar aqui.
Conforme o vento bate ou conforme ela toca a bexiga, esta vai de um lado ao outro. Muitas vezes leva a lugares desconhecidos pela criança e que representem algum risco para ela. Riscos estes que ela não irá perceber.
Não, eu não sou a “malvada que tira bexigas de crianças”... Acontece que se eu fosse explicar e depois retirar a bexiga, provavelmente, a criança não iria me ouvir e certamente iria cair.
Hoje entendo que tais coisas, a época, eram mais atrativas aos meus olhos do que o próprio cuidado com a minha vida ou que o meu relacionamento com Deus. E é incrível que mesmo envolvidos nessa ilusão (em nosso exemplo, representada pela bexiga), continuamos orando e pedindo que Deus seja o centro de nossas vidas, mas no que diz respeito à parte prática, continuamos dedicando todo tempo ao relacionamento/ministério/etc.
E Ele, como pai amoroso que é e que corrige Seus filhos (Hebreus 12:6), vem até nós e cuidadosamente tira a bexiga.
Depois de algum tempo, quando a criança entende o porquê tudo aconteceu, basta encaminhá-la a um lugar seguro para brincar e devolver a bexiga. Caso não seja possível recuperar a anterior, é só substituir. Certamente agora, a bexiga terá o papel que deve ter, ou seja, irá divertir em segurança e não representará mais uma ilusão.
Por: Carolina Menezes